Morfofisiologia dos Sistemas Reprodutores Feminino e Masculino
No âmbito da disciplina de Biologia, mais especificamente, no tema da Reprodução Humana, que consiste na criação de novos seres humanos através da fusão dos gâmetas de sexos diferentes, ou seja é sexuada, que irá levar à perpetuação da nossa espécie bem como levar a uma grande variabilidade genética na descendência, foi-nos proposto aprofundar este processo essencial da vida e todas as fases que o antecedem como a formação dos gâmetas e sua maturação. Então, antes de iniciarmos é importante referir em que consiste a gametogénese que é nada mais, nada menos do que a produção de gâmetas que são células haploides formadas por meiose que juntas geram um novo ser.
Introdução:
Apesar da oogénese, processo de produção de gâmetas femininos (oócitos I), ter a mesma função que a espermatogénese - produzir gâmetas - o processo feminino apresenta várias diferenças. Esta função ocorre no interior dos ovários (gónadas femininas) ao longo do desenvolvimento embrionário e perdura até à menopausa.
Nos ovários, mais propriamente na região composta por ínumeros vasos sanguíneos, podem-se identificar várias estruturas de acordo com a fase em que se encontram como:
- Oogónias: células estaminais/células germinativas que na fase de multiplicação sofrem sucessivas mitoses, durante os 2º e 3º meses de desenvolvimento embrionário.
De seguida, na fase de crescimento surgem, por meiose reducional, diminuição do número de cromossomas para metade, os:
- Oócitos I/Folículos primários
- Os oócitos I aumentam de tamanho e são rodeados por uma camada de células foliculares (células granulosas). Ao conjunto formado pelo oócito e as células envolventes designa-se de folículo primário ou folículo primordial.
- Durante os 4º e 5º meses de desenvolvimento embrionário, aumenta o número de folículos primários atingindo, assim, o seu número máximo por volta do 6º mês.
- Zona Pelúcida: membrana espessa que envolve e protege o oócito.
- Teca: o tecido conjuntivo que rodeia o folículo primário diferencia-se (6º mês de gestação), formando uma camada de células muito vascularizada que rodeia o folículo.
Durante esta fase há uma atresia folicular, ou seja, uma diminuição do número de folículos primordiais, que levará posteriormente à fase de repouso onde se dá a degeneração destes.
Por fim, ocorre a evolução de folículo primordial a maduro, na fase de maturação, e que por meiose equacional se formam os oócitos II; nesta fase podem-se observar folículos primordiais, primários, secundários, terciários e maduros ou de Graaf, de acordo com o seu estado de desenvolvimento.
Após esta sequência de fases, o oócito II sai do folículo de Graaf e também do ovário para a trompa de Falópio, sendo este processo designado de ovulação.
Os folículos primários mantêm-se na etapa de metáfase da meiose I até à puberdade.
Atividade laboratorial: Observação de oócitos II e de cortes histológicos de ovário.
Material:
- Preparações definitivas de cortes histológicos de ovário de mamíferos;
- Microscópio Óptico Leica.
Procedimento:
- Colocaram-se as preparações no microscópio e observou-se as várias imagens através de diferentes ampliações (4X10; 10X10; 40X10);
- Identificaram-se as várias estruturas que compõem os ovários;
- Tiraram-se fotografias através do microscópio óptico composto.
Na figura 1, podemos observar um folículo primário (1) e um pouco ao lado apresenta-se um conjunto de folículos primordiais (2). É também possível observar a camada granulosa. Na figura 2, apresentam-se dois folículos primários (1), juntamente com dois folículos secundários (2) estando estes em fase de crescimento. Conseguimos também visualizar os vários constituintes acima legendados, sendo eles: oócito I, camada granulosa e teca.
Foi-nos possível distinguir um folículo primordial de um folículo primário ou secundário porque o folículo primordial é constituído por uma célula germinativa, o oócito, rodeada por células foliculares achatadas enquanto que nos folículos primário e secundário há um contíuo aumento do oócito e ocorre a proliferação das células foliculares, no folículo secundário há a formação da zona pelúcida.
Fig 3 Na fig 3, observa-se vários folículos primordiais e apenas um folículo aparentemente maduro (Graaf). |
Fig 4 |
Na figura acima apresentada, há uma grande quantidade de elementos presentes, na qual conseguimos distinguir e identificar uns dos outros. Temos já o oócito II, alguns folículos primordiais, um folículo secundário e um folículo de Graaf em que a cavidade folicular irá continuar a aumentar.
Fig 5
Fig 5: Temos presentes dois folículos em crescimento (secundários), um folículo primário, em que o volume irá posteriormente aumentar, mas também irá haver a multiplicação das células foliculares que irão formar a camada granulosa, e também alguns folículos primordiais, onde é possível observar o oócito I envolvido por uma única camada de células foliculares planas.
Fig.6
Fig.7
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
Fig. 11
Fig. 12
Nesta últimas sete imagens, é possivel observar algumas estruturas que fazem parte da oógenese, por exemplo: folículos primordiais, folículos primários, secundários e de Graaf. Por outro lado, foi-nos impossível identificar os folículos terciários.
Como se verificou, o processo de formação de gâmetas no caso do sexo feminino é complexo, pois implica várias fases cada uma com o seu intervalo de tempo específico.
Autores:- Paula Rebelo, nº21
- Ruben Luz, nº25
- Sofia Vieira, nº26
- Tatiana Fragata, nº27